Letícia
Primeiro como artesã, sabemos que o primor vem da serenidade no fazer, e esse ofício sugere um caminhar lento e decidido, dá logo pra perceber a essência de sua trajetória. Outrossim, perdão não concederei para a Sinfônica que de adulterada só a minha ansiedade por tomá-la a mim. Quanto ao material está perfeitamente bem acabado fazendo jus ao conteúdo.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2012
COM ARDOR
Obrigado a Valéria Tarelho e demais escritoras suicidas pelo meu primeiro DEDO DE MOÇA de muitos. Delícia de mergulho me foi proporcionado, agora é só sentir arder, e chega mesmo a ser orgásmico. Objeto de desejo realizado, que estará sempre presente em minha mesa e poltrona de leitura.
Do virtual ao real. Val(eu).
Do virtual ao real. Val(eu).
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
SER-POETA
Eu vou tentando ser poeta, que eu nem sei ser, e nem sei se sei. Ou, até sei que não sou. Mas, sei quando se desvela um bom poeta, de que barro(s), por exemplo, de que minas, em que estado bruto ou lapidado se arranque deste chão. E confesso: na aventura de degustar o belo das palavras em seu mais apurado sabor, tenho descoberto, sem exagero, feras, antes tão desconhecidas, por mim, e agora, tão perto, por isso, em virtude do que tenho deliciado, se de fato eu possa também ser chamado de poeta, o que, conscientemente, me considero ainda em plena formação – fica aqui, pelo menos, a pretensão. Não quero citar nomes, para não cometer aqui o pecado do esquecimento, mesmo porque, são inúmeros - estou falando, sobretudo, dos poetas blogueiros (que, por acaso, acabei me tornando um - blogueiro). Inicialmente, abria páginas ao léu, e foi nesse exercício que encontrei o fio da meada – a partir de um, de quem percebi exuberante qualidade, fui buscando de seus seguidores e blogs linkados, e cada vez mais eu entrei no universo poético de muita gente boa, com um nível de criatividade acima de muitos grandes da nossa literatura imortal. Também sei que, ainda em reticente casulo, existem outros inúmeros excelentes poetas por serem revelados. No entanto, a minha (se é que se pode chamar assim) poesia, vem dessas fontes em que bebo diária e insaciavelmente (não com a mesma qualidade, é claro), mas o que importa é que eu faço dessa magia um exercício de vida, buscando melhorar a cada dia. Sei, simplesmente, que gosto do mimetismo das palavras em suas nuanças frásicas, dos seus significados, das sintaxes, do grafismo, das idéias. Sempre fui fascinado por livros, desde a biblioteca intocável do meu pai, professor de História, aposentado, leitor de grandes autores e amante da poesia clássica; de quem, porventura, tenha herdado tal prazer, estendendo-o portanto, à escrita. Frequentemente lia, qualquer texto ou fragmento, buscando entender o seu conteúdo, e quando uma palavra me cutucava, tinha por perto o léxico, onde prolongava a pesquisa por diversas páginas, até mesmo transcrevendo vocábulos para formar frases que viesse a usar oportunamente. Foi assim que eu me envolvi com as palavras e com o ofício de escrever - meio autodidata, curioso e apaixonado. Tenho um pequeno pomar de bons frutos que ainda mostrarei. Acho que, timidamente, vou tentando ser…
DOMINGO
Hoje é domingo:
dia de nada fazer - e
não confunda o domingo
com o dia D.
Hoje é domingo:
dia de nada - e
de nada adianta
quando não se quer mesmo
se comprometer.
Porque todo domingo é assim
sem ter o que mudar:
às vezes dia de eleição,
às vezes carnaval,
às vezes de dia finados,
às vezes noite de natal.
Hoje é domingo:
dia de sol ,
dia de sair por aí;
ou de ficar em casa, só,
como se o mundo tivesse sofrido um black out,
uma pane,
uma crise existencial.
Se for sair
não avise quando vai voltar.
Vá - ande, cante, pule, corra,
só não avance o sinal.
Deixe a semana atrás da porta,
pouco importa o que passou,
e se já passou não queira mais.
Vá à missa, ou não;
dê folga para o cachorro,
desamarre o patrão,
convide a empregada
e vá ao Parque de Exposição:
"Hoje é domingo, no pé do cachimbo,
o cachimbo é de ouro que dá no besouro,
o besouro é valente que dá no tenente,
o tenente é mofino que dá no menino…"
E o menino sou eu.
E o menino sou…
E o menino …
…sou eu.
dia de nada fazer - e
não confunda o domingo
com o dia D.
Hoje é domingo:
dia de nada - e
de nada adianta
quando não se quer mesmo
se comprometer.
Porque todo domingo é assim
sem ter o que mudar:
às vezes dia de eleição,
às vezes carnaval,
às vezes de dia finados,
às vezes noite de natal.
Hoje é domingo:
dia de sol ,
dia de sair por aí;
ou de ficar em casa, só,
como se o mundo tivesse sofrido um black out,
uma pane,
uma crise existencial.
Se for sair
não avise quando vai voltar.
Vá - ande, cante, pule, corra,
só não avance o sinal.
Deixe a semana atrás da porta,
pouco importa o que passou,
e se já passou não queira mais.
Vá à missa, ou não;
dê folga para o cachorro,
desamarre o patrão,
convide a empregada
e vá ao Parque de Exposição:
"Hoje é domingo, no pé do cachimbo,
o cachimbo é de ouro que dá no besouro,
o besouro é valente que dá no tenente,
o tenente é mofino que dá no menino…"
E o menino sou eu.
E o menino sou…
E o menino …
…sou eu.
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