terça-feira, 24 de janeiro de 2012
SER-POETA
Eu vou tentando ser poeta, que eu nem sei ser, e nem sei se sei. Ou, até sei que não sou. Mas, sei quando se desvela um bom poeta, de que barro(s), por exemplo, de que minas, em que estado bruto ou lapidado se arranque deste chão. E confesso: na aventura de degustar o belo das palavras em seu mais apurado sabor, tenho descoberto, sem exagero, feras, antes tão desconhecidas, por mim, e agora, tão perto, por isso, em virtude do que tenho deliciado, se de fato eu possa também ser chamado de poeta, o que, conscientemente, me considero ainda em plena formação – fica aqui, pelo menos, a pretensão. Não quero citar nomes, para não cometer aqui o pecado do esquecimento, mesmo porque, são inúmeros - estou falando, sobretudo, dos poetas blogueiros (que, por acaso, acabei me tornando um - blogueiro). Inicialmente, abria páginas ao léu, e foi nesse exercício que encontrei o fio da meada – a partir de um, de quem percebi exuberante qualidade, fui buscando de seus seguidores e blogs linkados, e cada vez mais eu entrei no universo poético de muita gente boa, com um nível de criatividade acima de muitos grandes da nossa literatura imortal. Também sei que, ainda em reticente casulo, existem outros inúmeros excelentes poetas por serem revelados. No entanto, a minha (se é que se pode chamar assim) poesia, vem dessas fontes em que bebo diária e insaciavelmente (não com a mesma qualidade, é claro), mas o que importa é que eu faço dessa magia um exercício de vida, buscando melhorar a cada dia. Sei, simplesmente, que gosto do mimetismo das palavras em suas nuanças frásicas, dos seus significados, das sintaxes, do grafismo, das idéias. Sempre fui fascinado por livros, desde a biblioteca intocável do meu pai, professor de História, aposentado, leitor de grandes autores e amante da poesia clássica; de quem, porventura, tenha herdado tal prazer, estendendo-o portanto, à escrita. Frequentemente lia, qualquer texto ou fragmento, buscando entender o seu conteúdo, e quando uma palavra me cutucava, tinha por perto o léxico, onde prolongava a pesquisa por diversas páginas, até mesmo transcrevendo vocábulos para formar frases que viesse a usar oportunamente. Foi assim que eu me envolvi com as palavras e com o ofício de escrever - meio autodidata, curioso e apaixonado. Tenho um pequeno pomar de bons frutos que ainda mostrarei. Acho que, timidamente, vou tentando ser…
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