Se eu amasse tão-somente pela beleza
não seria de total intensidade,
nem teria o amor a sua real grandeza.
Amar é imortalizar alguém,
os atos, a carne, a alma...,
é ser imortalizado também.
Amara com o furor das tempestades,
com a requietude das bonanças
e com as loucuras da idade...
Amava docemente as amarguras
que o destino me impunha
às suas cruciações, às suas torturas...
Amei desenfreadamente e cego,
sem limites de força, nem pudor,
mas, com resignação e desvelo.
Amo, se assim o espírito se plenifica,
e transcende as raias do universo
do sentimento mais sublime.
Amaria novamente se ressuscitasse
para ser sempre com é,
e é eterno o que eu sinto.
Se eu amar será assim:
me entregarei inteiramente,
mesmo que eu sofra tudo novamente.
Que eu ame enquanto vida tiver,
enquanto eu tiver na vida a quem amar,
enquanto Amor houver.
Amarei com tanto vigor,
até que a dor me definhe,
até que eu não sinta mais o seu ardor.
17/09/1981
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