Os livros na estante, nem tão distantes dos
lírios…
Brancos, os livros ao lado de outros coloridos,
Alados entes desfolhados, alheios colibris…
Passam eras à espera de olhos ávidos,
Vistos, invisíveis, hirtos, intactos monólitos…
Lívidos, os livros de aventuras incríveis,
Vigentes, decorados, esquecidos, improváveis…
Os de talvez e os de “era uma vez…”
Dispostos em tomos, volumes, opúsculos,
compêndios…
Vários em um – coleções:
Constelam a visão que se nos vem infinita…
Uns, obra-prima, outros nem… – relativos
equívocos,
Indeléveis objetos diretos, transitivos, porém,
Depostos do ponto de vista oposto, os livros
Tem rosto e tem língua – pra não dizer idioma –
Tem verso branco e reverso, e tem rima,
Índex, orelhas, pele, conteúdo de matéria cinza…
Os livros cridos como sidos,
Começados e nunca terminados de ser lidos.
Os livros de ouro, de horas, de pergaminho, de
papel,
Didáticos, de bolso, os de finalidades dúbias…
Novidades, os livros enredam desejos, ensejam
quimeras,
Aviam receitas, revelam segredos e mitos.
Ficam, entrementes, os livros, lavrados, férteis,
fartos…,
Instrumentos de múltiplos sentidos.
Fica, também, a impressão de se vir à tona
A forma de se lhes possuir
E de se tê-los visto.
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