Se eu fosse a lua,
e a noite já inaugurada, vasta,
o céu infinitamente broslado…,
viajaria de Bagdá a Caracas
a fim de recolher no mundo de todas as minas
as joias mais finas
para enfeitar o teu corpo
com toda pedraria rara.
Se eu fosse a lua,
o corpo celeste inteiramente iluminado,
a tudo iluminando,
e recortada em círculo, imensamente branca,
desceria sobre a tua cama
e em teus longos lençóis de cambraia
faria a minha casa.
Pálida, cálida…
Sua prata nobre reflete-se sobre o mar,
despedaçada.
Se eu fosse a lua,
e sonambulamente nua, intensamente embriagada,
a todos embriagando,
decifraria com o que se urde os sonhos
na escuridão dos olhos
e o segredo que faz dos amantes
seres tão transcendentais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Fale comigo.