domingo, 18 de dezembro de 2011

O RIO E O REI

Não ponha a mão no fogo 
Quando ainda se pode afagar. 
Não dê o pescoço à forca 
Quando a força acabar. 
Não faça greve de fome 
Enquanto se pode lutar. 


Isso não é um jogo 
E nem todo jogo tem sempre um vencedor. 
Transpor o que se pode matar em última instância 
Como única solução de salvar? 


Se quiser ver a vida florescer 
Faça-a então brotar à margem, 
Dê sentido natural ao curso, 
Plante uma árvore, 
Quebre o mármore da insistência bruta. 


Não se aprende pela dor o que pode ser fatal. 
Em vez da dor, paz. 


No jogo de xadrez o bispo avança sobre o rei. 
O rio avança para a foz quase sem chegar. 


E a voz de quem tem, deságua sobre nós 
Como lhe convém. 
Por enquanto, neste instante, 
Segue o rio – o rei voltou atrás. 


Uma luz: um Luiz religioso 
Contra um Luiz teimoso 
Muda o jeito de pensar. 
Pelo menos, por agora, segue o rio para o mar… 


Até quando, sabe-se lá… 

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